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Naquela mesa

 

           Meu pai era uma pessoa boa, gostava de levar alegria para as pessoas. Vivia tocando sambinhas com o seu bandolim, colocava todos para dançar ao redor da mesa em que ele sempre ficava. Ele se chamava Valdir.

           Aos oito anos, sentia muito orgulho de meu pai, ele era para mim um super star, eu era seu maior fã, ele era muito humilde e bondoso. Mas, um dia, uma fatalidade aconteceu. Um dos nossos vizinhos chegou em casa correndo e disse:

           _ Rápido Maria, Valdir está caído no chão de praça.

            Meu pai tinha sido atropelado. Um carro sem placa, a mais de 180 Km por hora, bateu de frente com ele, que estava atravessando a rua, e o jogou longe. Minha mãe chorava rios de lágrimas, erguia os braços para o céu e perguntava o “porquê” de tamanha covardia. Eu entendia bem o sofrimento dela. Assim que vi o corpo de meu pai caído no chão, não consegui segurar, e as lágrimas desceram.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

       Muito tempo se passou, eu aos 25 anos, me lembrava de meu pai, dia após dia, toda vez que passava pela mesa da sala. Lembrava-me das nossas brincadeiras, das histórias, tudo sempre com muita alegria. Hoje ninguém mais lembra e nem fala do bandolim de que ele gostava tanto.

 

 

 

 

 

       

 

 

     

      Depois de todo aquele tempo pensei: “E se eu fizesse uma música em sua homenagem, contando que grande homem era meu pai? Pois já que irei fazer algo em sua homenagem que seja com algo que ele gostava de fazer. Eu colocarei nela o nome de Naquela mesa.” Não pensei duas vezes peguei um caderno e um lápis e comecei a compor a música.

      Meus familiares adoraram a ideia, minha mãe, então, deu pulos de alegria, pois, depois que meu pai morreu nossa vida ficou vazia, triste, sem sentido, não sentíamos mais vontade de sentar à mesa e tantas outras coisas que fazíamos com ele, como ir ao parque nadar no lago e comer jabuticabas, coisas que ele adorava fazer.

     Agora, mais do que nunca, vamos nos lembrar dele, não com tristeza, mas certamente com a imagem do grande homem foi meu pai. Toda vez que ouvirmos a música, lembraríamos de tudo que fazíamos com ele e sempre o teríamos em nossas memórias e em nossos corações.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Este conto é uma retextualização da música "Naquela mesa", letra de Nelson Gonçalves e composição de Sérgio Bittencurt. 

 

Autora: Lauanda Luize - 8º ano Azul

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